A história do Brasil passa por aqui

Toda a riqueza cultural dos Monumentos Históricos espalhados pelo parque

O Caminho do Mar foi a primeira via de acesso pavimentada com concreto da América Latina, e ligou São Paulo ao litoral até a inauguração da Rodovia Anchieta em 1947, quando passou a ser um trajeto secundário e ganhou o nome de Estrada Velha de Santos.

Antes dela, a única opção para transportar mercadorias do interior para o porto de Santos era a Calçada do Lorena, que foi em 1792 pavimentada por rochas e por onde o príncipe regente D. Pedro I subiu a serra em direção a São Paulo para proclamar a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822.

Situada hoje no Caminhos do Mar, a Estrada Velha de Santos foi reaberta em 2002 para a atividade de visitação ecoturística, e seus 8 km de caminhada revelam um acervo a céu aberto da história do Brasil.

Em 1922, em comemoração aos 100 anos da Independência do Brasil, foram construídos 8 monumentos ao longo da Estrada Velha de Santos, que hoje pode ser percorrido a pé, dentro do Caminhos do Mar. Cada um conta uma história e proporciona experiências inesquecíveis junto à natureza da Serra do Mar. Na década de 1970, eles foram tombados pelo CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo.






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Conheça cada um deles:

Calçada do Lorena

Idealizada por Bernardo José Maria de Lorena, foi a
primeira via pavimentada do País. Construída em 1790
(com conclusão em 1792), ligação do litoral ao Planalto
(em média 700 metros do nível do mar), para
escoamento de mercadorias e viagens. Sua maior
dificuldade era devido ao trajeto escorregadio e íngreme,
já que as pedras da calçada eram retiradas de rios e
cachoeiras e trabalhadas de forma rústica.

 

Monumento do Pico

Marcava o início do trecho de Serra da Calçada do Lorena
para quem descia, ou o final para quem subia. É o ponto
mais alto da Calçada do Lorena e local da sua inauguração, do qual só restou a lápide inserida no Padrão do Lorena. Do local é possível ter uma espetacular vista da Baixada Santista e do mar.

 

Pouso Paranapiacaba

Localizado no início da serra, era o ponto de parada para o resfriamento dos carros durante a viagem pelo Caminho do Mar, e contava inclusive com quartos para hospedagem de viajantes. Paranapiacaba, palavra de origem indígena, significa ‘vista alta de onde se vê o mar’. E a vista da casa do pouso não deixa por menos, de lá se avista toda a baixada santista, a vegetação da Mata Atlântica e, claro, o mar. Construído em 1922 em granito, tem azulejos que ornamentam a frente e as laterais, e o mapa da malha rodoviária de São Paulo da época pintado à mão pelo artista José Vaz Washington Rodrigues.

 

Belvedere Circular

Palavra italiana que quer dizer Bela Vista. Marco circular, como uma praça, por onde passa um dos
trechos da Calçada do Lorena. Vista que se tinha da baixada santista na época, antes da vegetação crescer.

 

Rancho da Maioridade

Durante a descida para Santos, na década de 20, era necessário parar um pouco para descansar. Para isso, foi construída uma parada no meio da serra à qual se deu o nome de Rancho da Maioridade, em homenagem a antecipação da maioridade de D. Pedro II. A casa em granito de dois andares possui painéis de azulejos pintados que ilustram figuras importantes para a evolução rodoviária da época e a Esfera Armilar, objeto do estudo astronômico, usado pelos navegadores da época como bússola. Dela se vê a baixada santista e o complexo industrial de Cubatão.

 

Padrão do Lorena

Seu nome foi dado em homenagem ao Governador da Província de São Paulo da época, Bernardo José Maria de Lorena, que foi considerado o governador que mais trabalhou em benefício da província. A obra é um memorial com painéis de azulejos laterais que ilustram cenas da época do império no século XVIII, como tropeiros e mulas carregando mercadorias. Em frente ao monumento há também um trecho de macadame, o tipo de pavimento usado nas estradas nos anos de 1910.

 

Pontilhão Raiz da Serra

O Pontilhão da Raiz da Serra originalmente marcava o início da subida da estrada Caminho do Mar e tinha a função de ponte sobre o Córrego Cafezal (que foi desviado para a construção da refinaria em Cubatão). Está localizado quase no pé da serra e ainda hoje sustenta uma placa comemorativa sobre a finalização da pavimentação em concreto do Caminho do Mar, em 1925, no governo de Carlos de Campos. É um dos monumentos históricos construídos em 1922 em homenagem ao centenário da Independência do Brasil.

 

Cruzeiro Quinhentista

Foi remanejado em 1970, em decorrência de alterações urbanísticas da região. Representa a fase inicial de penetração do território pelos colonizadores que utilizaram as trilhas indígenas existentes. A escultura apresenta no seu centro as datas de 1500 e 1922 e os nomes dos colonizadores jesuítas Tibiriçá, José de Anchieta, Mem de Sá, Manuel da Nóbrega, Leonardo Nunes, Martim Afonso de Sousa e João Ramalho.

Ruínas

Ruínas de uma edificação de dois pavimentos localizada no km 44,5, próximo ao Pouso Paranapiacaba, mas não se sabe muito bem qual foi sua função. Especula-se que podia ser a casa dos engenheiros que construíram a estrada.

O Parque ainda abriga outros pontos históricos que valem a pena ser visitados:

Reservatório Rio das Pedras

Suas águas são conduzidas por túneis até adutores que descem a Serra e chegam à Usina Henry Borden, em Cubatão, para gerar energia elétrica. Sua operação teve início em 1926, quando houve um aumento da população de São Paulo e a necessidade de gerar mais energia para a região. Após 1950 passou a ser um reservatório de água utilizado para o abastecimento de água para a cidade de São Paulo e geração de energia e tratamento de água para o litoral. É uma represa artificial, com pontos de 4 a 8 metros podendo chegar até 12 metros de profundidade. O atrativo não oferece local para banho, mas é um local repleto de bromélias e orquídeas, além de ser um refúgio de garças, socós e martins-pescadores.

Casa de Visitas

Construída em 1926, era usada para hospedar visitantes, como engenheiros e arquitetos que vinham conhecer as obras do Alto da Serra e da Usina de Cubatão, atual Henry Borden. Atualmente a casa é um centro de apoio ao visitante e abriga exposição sobre a Usina Henry Borden.